A barbárie da guerra


Editorial

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No momento em que este editorial estava sendo escrito, a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, atingia mais um grau de tensão devido às declarações do governo iraniano, incentivando seus aliados, entre eles o Hamas, a atacarem Tel Aviv, capital de Israel. Na manhã do dia 17 de outubro, a israelense Celeste Fishbein, filha e neta de brasileiros, desaparecida após ataques do Hamas em Israel, foi encontrada morta. Tinha apenas 18 anos.

Celeste é mais uma vítima inocente da barbárie da guerra que assola o Oriente Médio e vem dizimando milhares de vítimas e civis inocentes. Enquanto o ódio aumenta e a insensatez domina, centenas, milhares de vítimas inocentes morrem a cada minuto sob escombros de cidades devastadas pelas bombas.

O prazo para a diplomacia no Oriente Médio, a vítima da vez da irracionalidade da guerra, agir parece estar se esgotando e o ódio tende a vencer. Não há justificativa para o massacre de inocentes. Se buscarmos alguma explicação para o assassinato de crianças e idosos, nos depararemos com o lado sombrio e animalesco do ser humano. É estarrecedor assistir às imagens de pais desesperados correndo com seus filhos no colo em busca de atendimento médico numa cidade devastada.

Até quando essas cenas continuarão a nos assombrar? Melhor dizendo: até quando essas situações – que não acontecem somente na Faixa de Gaza, mas na Ucrânia, no Afeganistão, no Iraque entre outros países – continuarão sendo algo normal, típico de um mundo que adoeceu?

O Papa Francisco, em sua mensagem aos fiéis na Praça São Pedro no domingo, 14, disse: “Na guerra não há vitoriosos, somente perdedores”. Será utópico pensar que ditadores sanguinários e grupos terroristas se conscientizem disso. O que move a mente e as ações de fundamentalistas loucos é o ódio e o desprezo absoluto pela vida humana. Ditadores como Vladimir Putin, da Rússia, e líderes de grupos terroristas como o Hamas, o Estado Islâmico e o Hezbollah, agem visando exclusivamente ao poder e à dominação de seus desafetos, não importando o meio para alcançarem tais intentos. Fogem deles a ética, a compaixão e a sensatez. Abundam o ódio, o desprezo pelo semelhante e a irracionalidade.

O atentado terrorista perpetrado pelo Hamas contra Israel precisa ser condenado peremptoriamente. Grupos terroristas armados, como o Hamas, o Estado Islâmico e o Hezbollah, precisam ser extintos, desmobilizados. No mundo atual, não pode haver espaço para a barbárie. Chega de pessoas inocentes sendo mortas em frente às câmeras como se fosse cena real de um filme de terror!

O mundo precisa de paz. E não se alcança a paz por meio das armas, da aniquilação de cidades, como Israel vem fazendo com a Faixa de Gaza, encurralando pessoas inocentes sob um céu de bombas e mísseis destruidores. A paz se alcança através da diplomacia, da negociação franca e aberta.

Na antiguidade se dizia que “se queres paz, prepara-te para a guerra”. Estamos ainda vivendo tempos da Pax Romana, da expansão de impérios conquistados pelo fio da espada? É melhor acreditarmos que conseguiremos a paz por meio da democracia, da diplomacia e, sobretudo, através de uma mudança de paradigmas, do modo como nos relacionamos com nossos semelhantes, com a sociedade, cultivando respeito e tolerância com as diferentes culturas, religiões e raças.

Enquanto não buscarmos efetivamente a paz, continuaremos a ver países atacando países, povos tentando dizimar outros povos e o mundo voltando a galope a uma situação de barbárie medieval, a qual, se pensarmos bem, nunca foi superada.

E vidas inocentes continuam perecendo sob escombros, mortes e mais mortes, como a da jovem Celeste Fishbein, sendo anunciadas. E o mundo... estoicamente... aceitando o horror da guerra tal como uma cena real de um filme de terror que não tem fim.

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