Barroso, Madre de Deus de Minas, Nazareno e Piedade do Rio Grande, na região mineira do Campo das Vertentes, fazem aniversário de 70 anos neste dia 12 de dezembro, de acordo com uma rápida pesquisa de José Antônio Ávila, membro da Academia de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei. Estes municípios foram emancipados em 1953, com base na Lei Estadual nº 1039 que estabelecia a divisão administrativa e judiciária do Estado a vigorar de 1º de janeiro de 1954 a 31 de dezembro de 1958.
A administração municipal de Barroso foi oficialmente instalada em 1º de janeiro de 1954 sob o comando provisório do intendente Salomão Barroso; em 1955, o então presidente da comissão de emancipação, Geraldo Napoleão de Souza, tornou-se o primeiro prefeito eleito no Município. Barroso é topônimo originário da antiga Fazenda do Barroso, cuja mais remota referência é do ano de 1715, quando Antônio da Costa Nogueira, procedente de Vermoim, em Portugal, lá se estabeleceu e erigiu uma capela dedicada à Senhora SantAna. É terra natal do “notável polígrafo Basílio de Magalhães, uma das mentes mais luzidias que este país já produziu”, resume Ávila.
Tancredo de Almeida Neves foi o principal orador por ocasião da solenidade de emancipação do Município de Nazareno. Os primórdios de Nazareno remontam ao ano de 1725, por carta de Sesmaria passada a três requerentes: Manuel de Seixas Pinto, Manuel Álvares da Fonseca e Manuel Bernardes; concessão esta que deu origem à Fazenda do Ribeiro Fundo, onde, mais tarde, com provisão eclesiástica, foi erigida a capela dedicada a Nossa Senhora de Nazaré. No entorno da capela, surgiu o Arraial de Nossa Senhora de Nazareth do Ribeiro Fundo, que foi subordinado à então Vila de São João del-Rei e posteriormente às vilas de Nossa Senhora da Conceição da Barra e São Gonçalo da Ibituruna. O distrito de Nazaré foi instituído pela lei provincial nº 471 (de 01/06/1850) e pela lei estadual nº 2 (de 14/09/1891), ficando subordinado a São João del-Rei (lei estadual nº 843, de 07/09/1923). Foi oficialmente elevado à categoria de município com o nome de Nazareno.
O povoado de Madre de Deus do Rio Grande surgiu no início do século XVIII, ao redor duma capela filial da Paróquia de São João del-Rei. Segundo registros no Livro de Tombos da Diocese de Campanha (MG), a capela Nossa Senhora da Madre de Deus do Rio Grande foi erguida no ano de 1737 por Júlia Maria da Caridade, uma das três ilhoas portuguesas que vieram da Ilha de Faial, Arquipélago dos Açores. Em 07 de setembro de 1923, quando era parte integrante do então Município de Turvo, atual Andrelândia, teve sua denominação mudada para Cianita em face de aquela região ser reconhecida como reserva do silicato de alumínio, pedra identificada pela cor azulada e usada na indústria de refratários, cerâmicos, porcelana, utensílios elétricos e em peças de joalheria. Há 70 anos, a Vila de Cianita foi elevada à categoria de cidade com a denominação de Madre de Deus de Minas.
Foram os bandeirantes os primeiros homens que chegaram à região de Piedade do Rio Grande à cata de ouro e pedras preciosas. Pouco depois, em 1748, passaram a morar no local Salvador Lourenço de Oliveira e sua esposa Inácia Lema de Godói, que erigiram uma capelinha em cujo trono foi colocada a imagem de Nossa Senhora da Piedade. E nos arredores daquela capela se formaram o povoado e o arraial cujo topônimo recebeu o nome de Piedade do Rio Grande. PIEDADE, por causa da devoção a Nossa Senhora da Piedade, e DO RIO GRANDE porque a primitiva povoação ficava nas imediações do rio de mesmo nome, explica Ávila.
Uma antiga tradição reza que o primeiro nome do lugar foi Águas Santas, por causa duma fonte de águas que ainda abastece a população e cuja água teria efeitos miraculosos. Contudo, o local teve o nome de Piedade do Rio Grande até que em 30 de agosto de 1911 foi substituído pelo de Arantes. Em 1953, foi restabelecido o nome de Piedade do Rio Grande.
Conceição da Barra de Minas
Outro aniversariante de dezembro é Conceição da Barra de Minas. O antigo distrito de São João del-Rei foi elevado à categoria de município com a denominação de Cassiterita, pela lei estadual nº 2764 (de 30 de dezembro de 1962). Em 1989, recuperou o nome original, Conceição da Barra.