O Sicoob Credivertentes financiou este ano (até novembro) 40 contratos de energia solar fotovoltaica (30 de residências e 10 de empresas) na região. Em valor, este número equivale a R$ 1,998 milhão, dos quais R$ 1,433 milhão em contratos residenciais, segundo Alessandro Caldeira dos Santos, gerente da agência de Resende Costa. “O mercado neste momento, para este tipo de contrato, deu uma pequena desaquecida. Mas esse fenômeno era esperado depois do boom de projetos que pudemos viabilizar nos anos anteriores. O mais importante a considerar, agora, é que todo esse movimento promoveu mais informação e consciência em torno de soluções autogeradoras. E elas vão transformar tanto o meio ambiente quanto a relação das pessoas com o próprio bolso”.
De fato, houve queda em relação ao ano passado tanto na linha de financiamento de energia renovável do Sicoob Credivertentes quanto no número de projetos de energia solar fotovoltaica em Resende Costa. A estimativa é de que tenham sido instalados 13 kits este ano (incluindo dezembro), de acordo com Marcelo Paiva, técnico em montagem de painéis da EFL Energia Força e Luz.
São projetos com várias potências, abrangendo a área rural (produtores de leite, por exemplo), o comércio e residências, explica Paiva. “O último serviço que eu peguei foi de uma empresa, a Churrascaria Ramona. A maioria dos projetos foi com recursos próprios, à vista, porque o empréstimo bancário não está compensando, o juro está muito alto.”
Enquanto a edição do JL ia para a gráfica, Paiva concluía o sistema fotovoltaico da Ramona. E, para encerrar o ano, ele vai instalar o kit de energia solar na Pizzaria Quero Quero. Os 80 paineis da Ramona, que vão gerar 5.000 kw/mês, o equivalente a R$ 5 mil, foram instalados no Sítio Nossa Senhora da Penha, a 4,5km da cidade, de acordo com a engenheira Luara Ramona Teodoro Nascimento. Como a conta mensal da churrascaria gira em torno de R$ 4 mil, a sobra de energia será usada “para descontarmos no sítio e na casa da cidade”.
De vento em popa
No Brasil, a perspectiva é de grande avanço da energia solar, cuja potência instalada acaba de ultrapassar a marca de 35 gigawatts (GW), de acordo com o jornalista Celso Ming em sua coluna no jornal O Estado de S. Paulo*. “Esses 35 GW correspondem a 2,5 vezes a potência instalada da Usina de Itaipu, a maior da América do Sul. A previsão da plataforma Meu Investimento Solar é de que, em 2024, o Brasil dobre a potência instalada dos sistemas fotovoltaicos, aí somadas a da energia das tais fazendas de energia solar e a da geração distribuída. Esta última são os investimentos formiga em placas solares instaladas sobre telhados e terrenos adjacentes.”
O colunista aponta três fatores principais que impulsionam esses investimentos: o barateamento das placas solares, majoritariamente importadas da China, a preços baixos; a expansão pelas empresas de telecomunicações das instalações da internet móvel 5G, que demandam muita energia, a custos mais baixos; e a alta acentuada da temperatura ambiente no País, estimulando a busca por essas instalações. Ainda inclui o crescente interesse por carros elétricos e a necessidade de carregamento com energia mais barata.
*Recordes na energia solar (O Estado de S. Paulo, 23/11/2023)
