Três instituições mineiras vão participar de um projeto internacional para a modernização da infraestrutura da malha ferroviária do Estado. O Memorando de Entendimentos foi assinado, no final de maio, na Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG). O responsável pela modernização da malha mineira é o Núcleo de Desenvolvimento Tecnológico Ferroviário de Minas Gerais (NDF).
Estão envolvidos no projeto a Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), a Universidade Federal de Viçosa (UFV), o Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, o Birmingham Centre of Railway Research and Education (BCRRE), da Universidade de Birmingham (Reino Unido), e a Fapemig.
A malha mineira é a maior do Brasil com cinco mil quilômetros, ligando 180 municípios, e o principal polo de entroncamento entre as regiões norte e sul, responsável por grande parte do escoamento da produção de grãos e minério. Além da modernização da malha, o NDF é responsável pelo treinamento de pessoal, pesquisas e desenvolvimento para geração e transferência de novas tecnologias.
Segundo o reitor da UFSJ, Marcelo Andrade, a iniciativa é importante sobretudo para o Estado e o próprio país. “Contribuir para o desenvolvimento de um projeto como esse, que impacta econômica e socialmente não só nosso Estado, mas o próprio Brasil, é motivo de muito orgulho para nossa comunidade.”
Principais ferrovias
Ao lado das rodovias, as principais ferrovias de Minas Gerais desempenham um papel fundamental na logística de infraestrutura de um Estado que possui 853 municípios (15,3% do total brasileiro). Quarto maior Estado (580 mil km² de extensão) e o 2° mais populoso (quase 20 milhões de habitantes), Minas é totalmente dependente de uma infraestrutura logística de transportes, que passa, essencialmente, pelas rodovias e ferrovias.
O Estado é abastecido por diversas ferrovias. Dos 30 mil km de extensão da malha ferroviária nacional, as principais ferrovias de Minas Gerais comportam 2,5 mil km. As principais ferrovias de Minas Gerais são: MRS Logística S/A, Estrada de Ferro Vitória-Minas, Ferrovia Centro-Atlântica – FCA e Estrada de Ferro Oeste de Minas.
A MRS Logística S/A opera a chamada Malha Regional Sudeste (os 1643 km de linha férrea passam pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais). Em Minas, passa por diversas regiões, inclusive a Grande Belo Horizonte e a Zona da Mata, abastecendo diferentes municípios do estado. Além disso, transporta cargas até o Porto de Santos, o maior e principal porto do país. As cargas transportadas são contêineres, produtos siderúrgicos e agrícolas, cimento, bauxita e carvão entre outros.
A Estrada de Ferro Vitória-Minas, operada pela empresa VLI Logística, está em atividade desde 1904. Seus 904 km de extensão interligam o estado de Minas Gerais com a cidade de Vitória, capital do Espírito Santo, passando por diversas cidades mineiras. As cargas transportadas têm como principal destino o Porto de Tubarão, no Espírito Santo, constituindo-se de aço, carvão, calcário, granito e contêineres, entre outros.
A Ferrovia Centro-Atlântica, também operada pela VLI Logística, tem mais de 7000 km de extensão, passando por mais de 300 municípios de diversos estados (São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Sergipe e Minas Gerais) e fazendo conexão com outras malhas ferroviárias. Por isso, é um dos principais pontos de conexão entre as regiões Sudeste, Centro Oeste e Nordeste. Entre as principais cargas transportadas, estão produtos agrícolas, petróleo, cimento e grãos.
A Estrada de Ferro Oeste de Minas é uma ferrovia turística, com longa história. Atualmente, faz parte da malha operacional da Ferrovia Centro-Atlântica, mas é utilizada apenas para fins turísticos. Essa ferrovia foi originalmente construída em 1881 e inaugurada pelo ainda imperador Dom Pedro II. Possui 12 km de extensão e liga os municípios de São João del-Rei a Tiradentes. Sua frota é composta por quatro locomotivas e 12 carros vagões. Em 1989, a linha foi tombada como patrimônio histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Fonte: Assessora de Relações Institucionais e Corporativas da UFSJ e Massa Pesagem e Automação Industrial