Vinícola Salton: do vinho canônico ao trabalho escravo, um contrassenso que escandaliza a Igreja Católica


Vc no JL

Mauro Luiz do Nascimento Júnior*0

A Vinícola Salton, uma das maiores produtoras de vinhos do Brasil, tem em seu portfólio o vinho canônico, utilizado nas celebrações religiosas. Porém, além de ser conhecida pela qualidade de seus produtos, a empresa também tem sido alvo de polêmicas. Recentemente, a Salton foi acusada de manter trabalhadores em situação análoga à escravidão em suas propriedades.

Além da questão trabalhista, a acusação de que a Vinícola Salton mantinha trabalhadores em condições análogas à escravidão traz à tona um contrassenso: a produção do vinho canônico, utilizado em celebrações religiosas, por uma empresa que não garante condições dignas de trabalho a seus funcionários.

O contrassenso entre a produção do vinho canônico e a acusação de trabalho escravo na Vinícola Salton evidencia a necessidade de que empresas e instituições religiosas estejam alinhadas com os princípios éticos e morais que pregam. A luta contra a escravidão e a defesa da dignidade humana devem ser valores inegociáveis em todas as esferas da sociedade.

Para uma empresa que tem em sua história a produção de um vinho tão simbólico, é importante que seus valores estejam em consonância com a justiça social e a dignidade humana.

 

*Mestre em Filosofia pela UFJF e Membro da Academia de Letras de São João del-Rei (MG), Cadeira n° 13 – Patrono: Manuel Inácio da Silva Alvarenga.

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