Rede de esgoto: começa em setembro a construção das três elevatórias restantes


José Venâncio de Resende


Reator anaeróbio, primeira etapa do processo (fotos Adriano Valério)

A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA) realizou no dia 19 de junho uma licitação para construir, em Resende Costa, três elevatórias de esgoto, bem como os interceptores que vão receber o esgoto das redes coletoras e as redes de recalque que vão direcionar o esgoto das elevatórias para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). A empresa vencedora foi a F. Abreu Construções Ltda., que deverá começar em setembro a obra com custo estimado em R$ 8 milhões e término previsto em 18 meses, de acordo com Marcelo Luiz Lopes, encarregado de sistema da Copasa.

Das três elevatórias em funcionamento, uma fica na própria ETE. As outras duas ficam nos bairros Nova Resende e Nossa Senhora da Penha. Hoje, cerca de 60% da cidade é atendida com redes coletoras de esgoto destinado à ETE, segundo Marcelo Lopes. Existem algumas ruas que já possuem redes, mas o esgoto somente é coletado aguardando uma nova elevatória. Além disso, uma parte do esgoto já vai por gravidade, não necessitando de elevatória. É o caso, por exemplo, do esgoto gerado em parte no centro e nos bairros Expedicionários, Bela Vista, Jardim e Mendes.

O esgoto da cidade tem como destino a ETE e, depois das etapas de tratamento (reação anaeróbia, filtragem e decantação), é devolvido ao córrego do Tijuco. O objetivo é que, com a construção das três elevatórias, se atinjam 90% dos imóveis da cidade com esgoto tratado, beneficiando os bairros Centro, Novo Horizonte, Pôr do Sol, Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora da Penha, informa Marcelo Lopes.

A ETE de Resende Costa entrou em operação em março de 2017. Localizada no bairro Mendes, a ETE tem capacidade para tratamento de 19,60 litros de esgoto por segundo, mas, atualmente, funciona abaixo dessa capacidade.

Será “um feito socioambiental importantíssimo para nossa cidade” a construção das três elevatórias restantes e de suas respectivas redes coletoras, que vai possibilitar a coleta e o tratamento da quase totalidade do esgoto que é gerado na cidade, reagiu o geógrafo Adriano Valério de Resende, do Instituto Rio Santo Antônio (IRIS). Ele realça que a distribuição de água potável e o tratamento do esgoto gerado pela população são duas faces da mesma moeda. “Recolher, transportar e tratar o efluente doméstico e industrial não são tarefas tão simples, tanto em termos operacionais quanto financeiros.”

Mas os benefícios socioambientais são evidentes, observa Adriano. “Resende Costa é uma das cidades mineiras contempladas com esse benefício. Atualmente, a Copasa opera um sistema que coleta mais da metade do esgoto gerado na cidade e trata a maior parte deste em uma ETE.”

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