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O Homem de Ferro / Expresso Transiberiano

13 de Julho de 2009, por Carina Bortolini

O primeiro filme é para se divertir e esquecer os problemas; o segundo, para perder o fôlego e o terceiro convida a uma reflexão profunda. São eles:

O HOMEM DE FERRO (Iron Man, EUA)
Gênero: Aventura
Direção: Jon Favreau
Tempo de duração: 126 min.
Ano: 2008


Adoro adaptações de histórias em quadrinhos para o cinema. Nos últimos anos, têm sido escolhidos ótimos diretores e roteiristas para tais adaptações, quase todas da Marvel, como é o caso dos excelentes filmes dos X-Men (adoro, estou só esperando assistir ao último para indicar aqui). Os super-heróis não são só músculos e ação, são também poços de conflitos e dilemas. Homem de Ferro foi mais um acerto. Robert Downey Jr. faz sua volta triunfal ao cinema, na pele do magnata da indústria bélica Tony Stark. Dono de uma mente brilhante, ele é sequestrado por terroristas islâmicos que querem obrigá-lo a construir uma arma devastadora. Sacudido assim de sua alienação, o playboy enxerga o estrago que suas invenções podem causar. Mantido vivo graças a um ímã implantado junto a seu coração, Stark constrói uma armadura de alta tecnologia que permite que fuja de seu cativeiro. A salvo em seu país, ele aprimora seu traje e passa a usá-lo para destruir seus armamentos que caíram em mãos erradas. O heroísmo do personagem é, muito antes, uma catarse, a purgação de seus pecados. Demorei a reconhecer Jeff Bridges no papel do sócio de Stark, formidável na construção de seu vilão. A linda e elegante Gwyneth Paltrow interpreta a leal e irrepreensível assistente do herói, Pepper Potts. Já estou esperando Homem de Ferro 2. Classificação: 12 anos.

EXPRESSO TRANSIBERIANO (Transsiberian, Inglaterra/Lituânia)
Gênero: Suspense / Drama / Ação
Direção: Brad Anderson
Tempo de duração: 111 min.
Ano: 2008


Vindos de um trabalho beneficente na China, os americanos Roy (Woody Harrelson) e Jessie (Emily Mortimer) embarcam no famoso trem do título, que liga aquele país à Rússia. Ao conhecerem o casal com o qual dividem a cabine, Roy e Jessie nem poderiam imaginar a desventura que lhes ocorreria. Num enredo tenso e eletrizante, o espectador fica colado à cadeira durante todo o filme. Especialmente porque o fantástico Ben Kingsley (bárbaro no arrebatador Casa de Areia e Névoa, que ainda pretendo indicar) é quem interpreta o sombrio policial russo que intimida o casal de incautos. Atenção para as sensacionais paisagens siberianas. Classificação: 16 anos.

AS DUAS FACES DA LEI (Righteous Kill, EUA)
Gênero: Ação / Drama
Direção: Jon Avnet
Tempo de duração: 100 min.
Ano: 2008


Após 30 anos como parceiros no Departamento de Polícia de Nova York, os condecorados detetives David Fisk (Al Pacino) e Thomas Cowan (Robert De Niro) já estão cansados da bandidagem com a qual têm que lidar todos os dias. Ao ver um assassino e estuprador de uma criança que custaram a capturar ser absolvido, Cowan convence Fisk a plantarem uma prova falsa para acusá-lo de um homicídio que não cometeu. Depois disso, o assassinato de um conhecido cafetão é seguido de vários outros do mesmo tipo: a escória de Nova York é o alvo de um serial killer que sempre deixa um poema junto ao corpo, justificando o assassinato. Com o caso nas mãos e auxiliados por outros dois detetives, Fisk e Cowan travarão uma investigação com cujo desfecho não contavam. O filme traz à tona uma questão muito delicada em nossos dias: o que é a justiça? Como alcançá-la? A justiça dos bons deve ser aplicada aos bons e maus? Ou em relação aos maus vale qualquer justiça? Com tanta violência e tamanhas afrontas cometidas pelos criminosos hodiernamente, criou-se uma máxima perigosa: se é bandido, merece apanhar, merece sofrer, merece morrer. Diante da comoção e revolta causadas por um crime hediondo ou nem tanto, quem nunca quis esganar pessoalmente o marginal? Mas é para isso que existe o Estado. Para seguir a lei e punir objetivamente quem a viola. Desejemos que a lei seja cumprida com rigor e que o Estado proporcione as condições estruturais para isso. Refutemos a justiça com as próprias mãos, que é carregada de parcialidade e imbuída de valores morais muito relativos e pessoais. Um filme que faz pensar. Classificação: 14 anos.

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