Pequenas gigantes
17 de Abril de 2018, por Instituto Rio Santo Antônio 0
Quando se comenta sobre problemas ambientais, sempre se lembra dos grandes temas: aquecimento global, poluição das águas e do ar, desmatamento, desmoronamento de barragens... Situações, sem dúvida, graves que afetam a qualidade de vida de toda a sociedade.
Desses desequilíbrios que a civilização moderna tem causado, um merece especial destaque e que está passando ao largo do conhecimento da população em geral: o extermínio das abelhas. Esses seres minúsculos muitas vezes passam despercebidos e até mesmo vistos com desprezo, cumprem papel importantíssimo em todo o ecossistema do planeta. Estima-se que dois terços de toda a produção agrícola dependam das abelhas. Elas têm a função de transportarem o pólen (células sexuais masculinas) de uma planta ao estigma (ovário) de outra. Dessa forma, promovendo a reprodução de inúmeras espécies vegetais, gerando frutos, sementes e novas plantas, que utilizamos para os mais diversos fins. Existem no Brasil catalogadas cerca de 5000 espécies de abelhas com tamanhos e cores variados, vivendo em colônias de alguns milhares de indivíduos ou solitárias.
Nos últimos anos, alertas estão sendo emitidos por vários setores ligados ao meio ambiente a respeito da diminuição considerável do número de abelhas no mundo e também no Brasil. Consequências sérias podem ocorrer, caso os níveis de população de abelhas chegarem a patamares críticos. Graves crises de abastecimento de produtos alimentícios podem assolar a economia e a vida das pessoas, principalmente em países em desenvolvimento, que têm a produção agrícola como destacada fonte de trabalho e renda.
As causas para o desaparecimento das abelhas são várias e ainda estão sendo determinadas. A supressão dos ecossistemas e a poluição são ameaças consideráveis para a vida desses agentes polinizadores. Entretanto, o uso indiscriminado dos agroquímicos tem sido apontado como importante causa do extermínio das abelhas. Vários compostos altamente tóxicos, que já são proibidos em vários países do mundo, são usados corriqueiramente nas lavouras brasileiras. Petições, abaixo-assinados, manifestações estão sendo realizados com o intuito de que as autoridades públicas do país ajam para tomarem providências necessárias que regulem de forma efetiva o uso e o comércio desses químicos.
A cadeia apícola nacional abrange cerca de 500.000 apicultores, estimando uma produção de 40 mil toneladas de mel por ano, ocupando a 5ª posição no ranking mundial de exportação de mel e é o 11º maior produtor mundial. Além do mel, há produção de própolis, cera, geléia real, e o mais importante e abrangente é o serviço ambiental da polinização. Embora, a apicultura seja uma atividade de considerável importância para a economia do país, ela tem sofrido problemas sérios com a falta de políticas públicas que impulsionem esse setor agropecuário. Agentes da cadeia produtiva apícola nacional têm se organizado para cobrar das autoridades desentraves técnicos e burocráticos que tragam melhorias para a área da apicultura. Principalmente, com relação aos problemas ocasionados pelos agrotóxicos, uma vez que os apicultores já estão percebendo uma queda na quantidade e qualidade dos enxames comerciais. Situação essa que não prejudica apenas os apicultores, mas agricultores, pecuaristas, ambientalistas e a própria população. No último dia 20 de Março, foi criada em uma assembleia em Uberlândia-MG o CNAA (Conselho Nacional do Agronegócio das Abelhas). A entidade surge para representar as demandas do setor apícola nacional.
As abelhas são fundamentais para a sociedade humana, contribuindo para a produção de alimentos e também como atividade econômica para muitos agricultores. A escassez de sua população pode provocar problemas sem precedentes para a humanidade. Pesquisas recentes têm alertado sobre isso. Albert Einstein, um dos maiores cientistas do século XX, já havia destacado a importância das abelhas para o homem: “Se as abelhas desaparecerem da face da terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais não haverá raça humana” Dar maior atenção a essas pequenas gigantes, que tanto fazem pela vida na Terra, não é apenas um dever, é vital para a humanidade.
Antônio Orlando de Mendonça Júnior
Energia solar: uma opção ecológica
13 de Marco de 2018, por Instituto Rio Santo Antônio 0
Energia solar é aquela derivada da luz do sol, na forma de radiação solar. A produção se divide, comumente, em dois tipos: a fotovoltaica e a térmica. Na primeira, a luminosidade é captada por painéis solares, formados por células fotovoltaicas, e transformada em energia elétrica ou mecânica. Outra forma de utilização é o aquecimento da água, principalmente nas residências. Essa fonte de energia é considerada limpa, renovável, sustentável, portanto, uma das soluções para a crescente demanda energética pela humanidade.
O potencial da energia solar é enorme em comparação com todas as outras fontes, sendo considerada como inesgotável (o sol permanecerá ativo por alguns bilhões de anos). Além disso, é uma energia que sempre se renova, de rápida instalação, baixa necessidade de manutenção, pouca exposição aos aumentos de tarifas do setor elétrico e não exige altos investimentos em linhas de transmissão e de distribuição.
É a fonte de energia que mais cresce no mundo, mesmo em lugares com menos incidência de luz solar, como é o caso da Alemanha, da Dinamarca e do Japão. O Brasil, apesar de ser um dos países mais beneficiados na exposição aos raios solares, devido ao seu tamanho e por estar em grande parte na área tropical da Terra, ainda aproveita muito pouco o seu vasto potencial. O percentual de geração é menos de 0,2% de toda a energia produzida. O principal motivo dessa baixa utilização é a pouca vontade política dos dirigentes. Falta, por exemplo, um programa efetivo de financiamento e de subsídios do governo para as residências e empresas que queiram utilizá-la.
Cabe destacar que o Estado de Minas Gerais possui atualmente o maior número de sistemas micro e mini geradores do país. A CEMIG tem mais de 400 projetos registrados e instalados. A região norte do Estado está entre as melhores áreas do Brasil em termos de radiação solar. Cita-se ainda o Programa Mineiro de Energia Renovável – Energias de Minas -, instituído pelo Decreto Nº 46.296/2013, que concede incentivos fiscais e tratamento tributário diferenciado para o setor. No Brasil, em âmbito municipal, existem iniciativas de algumas cidades, como o Rio de Janeiro, por exemplo, com o chamado IPTU Verde, que prevê descontos quando o imóvel possui alguma fonte de energia sustentável.
Apesar de neste ano estar chovendo significativamente, vivenciamos nos últimos anos uma crise hídrica, com chuva abaixo da média histórica em vários locais. Para a matriz energética brasileira, na qual 65% da energia provêm basicamente de usinas hidrelétricas, esse fato é um problema: menos chuva significa menos água nos reservatórios e, consequentemente, menos produção de energia. Daí a necessidade de se ligar as termoelétricas (usinas que produzem energia através da queima de petróleo, carvão mineral ou outros materiais, como o bagaço da cana), que geram energia com custo mais alto. Nesse sentido, hoje estamos com a chamada bandeira vermelha. Assim, em período de energia mais cara, o aquecimento solar da água para o banho é uma ótima solução, tanto financeira quanto ambiental.
Mas, existem alguns desafios. O principal deles é que o custo de fabricação e de instalação dos painéis solares ainda é muito elevado. Além disso, o armazenamento da energia produzida ainda é pouco eficiente e há uma elevada dependência do tempo atmosférico (chuva e nebulosidade dificultam a captação da luz solar). Alguns críticos ambientalistas mais fervorosos afirmam que as placas solares demandam uma grande extração de minérios, como o zinco, e as usinas solares podem provocar a mortandade em massa de espécies de aves, que são atraídas pela luminosidade e são mortas em razão do calor gerado.
Por fim, o ponto extremamente positivo na geração de energia solar é sua situação ambiental. E a população está cada vez mais consciente sobre essa questão. Com a geração desse tipo de energia há, por exemplo, diminuição da pressão sobre o desvio de rios ou a construção de gigantescas usinas hidrelétricas, como as de Belo Monte e de Jirau, no norte do País, que provocaram enormes impactos ambientais. Sem dúvida, a energia solar será uma das principais energias do futuro.
Desenvolvimento sustentável e sustentabilidade: uma reflexão
16 de Fevereiro de 2018, por Instituto Rio Santo Antônio 0
Os conceitos de desenvolvimento sustentável e de sustentabilidade foram construídos ao longo do século XX em um processo histórico contínuo e complexo. Após décadas da apresentação de modelos e de teorias sustentáveis e das indicativas de intervenções propostas principalmente pelas Conferências Mundiais sobre o Meio Ambiente realizadas pela ONU, cabe perguntarmos sobre os reais resultados alcançados.
Historicamente, não há dúvidas de que as transformações socioeconômicas advindas a partir das Revoluções Industriais transformaram substancialmente o modo de produzir, de consumir e, portanto, de explorar os recursos naturais. No século XX, a humanidade ficou marcada pelos efeitos do rápido crescimento econômico e, concomitantemente, pelos consequentes danos à natureza. Por outro lado, esse foi o século no qual a questão ambiental se abriu para debates.
Assim, as alterações ambientais, motivadas por essa exploração crescente dos recursos naturais e pelo aumento da degradação do meio ambiente, juntamente com questões sociais, têm levado a humanidade a buscar novos caminhos para o seu futuro e, em especial, a buscar um modelo de produção e de consumo mais sustentável. Dentro dessa ótica, surge o princípio do desenvolvimento sustentável, oficialmente estabelecido na ECO-92, segundo o qual o desenvolvimento econômico deve ser feito com base na exploração racional dos recursos naturais. Seus três pilares básicos são: crescimento econômico, preservação ambiental e justiça social.
Nessa perspectiva, faz-se o questionamento: “É possível um desenvolvimento sustentável que integre o social, ambiental, econômico nesse modelo econômico vigente?” (DEBUS; RIBEIRO FILHO; SILVA, 2015). Certamente, o pilar mais forte desse tripé é o econômico. O sistema capitalista tem se mostrado extremamente eficiente nesse quesito. O crescimento da produção econômica mundial, fruto da internacionalização econômica e das constantes inovações tecnológicas, é inquestionável, embora não seja equitativo entre os países. Já a preservação ambiental é um fator limitante e, ao que nos parece, inversamente proporcional ao primeiro pilar.
Os acordos, as convenções internacionais e as legislações ambientais de vários países têm se mostrado, em certo sentido, bastante contundentes. No caso brasileiro, o aparato legal é expressivo e os órgãos ambientais são atuantes, mitigando parte dos impactos causados ao meio ambiente. No entanto, está evidente que as questões econômicas e políticas ainda são dominantes em relação às variáveis socioambientais. A terceira dimensão, a social, é a mais frágil e de difícil implementação. A desigualdade e a exclusão social são inerentes ao sistema capitalista, questioná-las significa questionar o próprio sistema. Nessa dimensão parece estar a chave para a transformação: não se construirá um novo paradigma, que seja socialmente justo e ambientalmente correto, sem transformação no modo de pensar e de agir da sociedade.
Ressalta-se que o desenvolvimento sustentável relaciona-se com outro conceito, o de sustentabilidade. Esse último está ancorado em cinco dimensões: ecológica, econômica, social, espacial e cultural (SACHS, 1993). Assim, a sustentabilidade está relacionada com um novo modelo na organização da sociedade e da produção, o que tem sido alvo de extensos debates. Isto é, a sustentabilidade “[...] deve estar presente nas diversas esferas da sociedade, indo desde a preservação de recursos naturais, passando pela defesa da democracia e pela garantia da própria vida humana.” (OLIVEIRA, 2007).
Para alguns autores, o desenvolvimento sustentável é uma utopia para o século XXI. Têm-se várias vertentes e interpretações, mas poucos exemplos efetivos de como implementá-lo. Assim também é a sustentabilidade, que nos padrões da sociedade urbano-industrial atual tem se mostrado inatingível. E uma das maiores expectativas para o século XXI é descobrir os caminhos para sua implantação. Por fim, o desafio está posto: tornar realidade o sonho de uma sociedade sustentável. Ou melhor, precisamos sair do discurso e da filosofia para chegarmos à prática. Mas, será que estamos realmente no caminho certo?
Revitalização de rios
16 de Janeiro de 2018, por Instituto Rio Santo Antônio 0
Entre os dias 28 e 30 de novembro de 2017, aconteceu em Belo Horizonte o III Encontro Internacional de Revitalização de Rios e também o I Encontro das Bacias Hidrográficas de Minas Gerais. Vários assuntos foram discutidos durante o evento, que contou com a participação de representantes de universidades, instituições/associações nacionais e internacionais e membros dos comitês de bacias hidrográficas. Uma das afirmativas foi que a situação ambiental em que se encontram os rios é preocupante, em especial os que cortam cidades. E se não forem tomadas medidas sérias, o prognóstico é de piora.
Historicamente, várias cidades surgiram próximas aos rios. No Brasil, para pontuar alguns exemplos, São Paulo (rio Tietê), Recife (Capibaribe), Aracaju (Aracaju), Porto Alegre (Lago Guaíba), Belo Horizonte (Arrudas).
Vejamos o caso de Belo Horizonte, construída e inaugurada em 1897 para ser a sede do governo mineiro. Várias localidades estavam pleiteando o título de capital do Estado. Inclusive a Várzea do Marçal, na nossa vizinha São João del-Rei, era um dos locais que entraram na disputa. Dentre os critérios para ser a capital estava a proximidade com um curso d’água, que servisse como escoadouro das águas residuárias (esgoto). Foi escolhido um arraial chamado Curral del Rei, aos pés de uma belíssima serra, onde nasciam vários córregos afluentes que convergiam para o ribeirão Arrudas: Cercadinho, Leitão, Acaba Mundo, Serra, Taquaril, Pastinho. Atualmente, grande parte desses córregos já não está mais visível à superfície. Foram canalizados ou como ironicamente dizem os representantes dos comitês, foram encaixotados. Estão debaixo de ruas e de avenidas. E o pior, se tornaram praticamente esgoto. Quanto ao ribeirão Arrudas, que desagua no rio das Velhas, esse parece mais um camaleão, de vez em quando muda de cor. Encaixotado, sujo, com lixo, sem peixe e, em alguns pontos, debaixo de avenidas. Realmente, estamos na contramão do que está acontecendo com os rios europeus que cortam capitais: Sena, Tejo, Mançanares, Tâmisa, Spree.
Citamos também o exemplo do rio Pará, que nasce cristalino nas imediações do povoado do Cajuru. Após ser o receptor final dos esgotos de várias cidades e de receber as águas de um afluente, o rio Itapecerica, que corta Divinópolis, ele está praticamente sem vida. No entanto, não podemos deixar de mencionar um caso de cuidado com cursos d’água em área urbana: Poços de Caldas, cortada pelo ribeirão dos Poços e seus vários afluentes. Os leitos e parte das margens estão bem preservados em grande parte da cidade.
Em nossa região, várias cidades surgiram na busca pelo ouro, assim, as construções foram sendo edificadas próximas aos rios. Como exemplos: São João del-Rei, Tiradentes, Prados, Barroso, Coronel Xavier Chaves. Resende Costa é uma exceção, pois não temos curso d’água atravessando a cidade ou um rio com vazão significativa no entorno da cidade, que foi construída inicialmente no alto de um pontão de granito.
Infelizmente, a história de degradação se repete também nas pequenas cidades: os cursos d’água recebem esgoto in natura e são encaixotados. Mesmo só tendo nascentes (as minas) e alguns filetes de água drenando partes da cidade, Resende Costa está reproduzindo o que presenciamos em cidades grandes. Vejamos alguns exemplos recentes. Com a abertura da nova avenida, no bairro do Canela, as margens do curso d’água (nascentes do córrego Picada) estão sendo degradadas (entupidas com terra e entulho). Destaca-se que mesmo em área urbana, legalmente há uma faixa de 30 metros a partir do leito regular do curso d’água que deve ser obrigatoriamente preservada. Uma nascente no início da avenida foi totalmente desmatada. A faixa de vegetação nativa a ser preservada ao redor de nascentes é de 50 metros. Outro caso, o córrego que cortava a rua Vereador Joaquim Campos, no pé do chamado Morro da Nega, já não está mais visível. Foi colocado dentro de manilhas de cimento, aterrado e edificado sobre o mesmo. Ainda bem que a cabeceira de drenagem é pequena, senão em uma chuva forte todas as intervenções feitas em seu leito seriam arrancadas.
Por fim, parece que temos fobia de água correndo naturalmente em áreas urbanas. Resta-nos saber até quando!
Altruísmo socioambiental: uma reflexão
12 de Dezembro de 2017, por Instituto Rio Santo Antônio 0
Está chegando o final de dezembro e é tempo de uma reflexão sobre o que fizemos e o que temos como projeto para o novo ano que se aproxima. Nossos projetos certamente envolvem outras pessoas, tempo, saúde, emoções, recursos financeiros etc. Nesse sentido, conforme Durkheim, sociólogo francês, o homem é um ser coletivo. Isto é, vivemos em sociedade e ninguém, por mais isolado que possa parecer, consegue sobreviver sozinho. Dessa forma, devemos nos esforçar em prol de um bem-comum, de um altruísmo socioambiental.
Então, primeiramente, vamos às definições. Segundo os dicionários, altruísmo é a inclinação para fazermos o bem ao próximo, é a dedicação desinteressada às outras pessoas. Essa palavra foi criada pelo filósofo Auguste Comte, para descrever um comportamento oposto ao egoísmo. Portanto, é sinônimo de filantropia (amor e dedicação ao ser humano; bondade e generosidade para com o próximo) e de solidariedade (sentimento de identificação com os problemas de outrem, o que leva as pessoas a se ajudarem mutuamente; sentimento de ajuda, apoio). Altruísta é o indivíduo que se dedica aos outros sem o objetivo de obter algum benefício em troca, é aquele que pensa nos outros antes de pensar em si próprio.
Você, leitor, deve estar pensando, fácil escrever e difícil fazer. Verdade! Ainda mais se pensarmos que estamos numa sociedade capitalista, que estimula o comportamento individualista, utilitário e egoísta. Esse tipo de comportamento vem sendo moldado ao longo da história e, felizmente, os estudos de hoje discordam da noção de que somos essencialmente individualistas e agressivos. Isso quer dizer que a sociedade sempre tem a chance de se renovar, de alterar seus padrões e sua organização. Esse processo de mudança passa, em todos os seus sentidos, pela educação.
Já o termo socioambiental se refere à relação da sociedade com o meio ambiente, levando em conta os desafios e os processos sociais. Refere-se também à busca da sustentabilidade. É bom lembrar que meio ambiente não é simplesmente os meios físico (rochas, solos, água) e biótico (fauna e flora). É também o social. E aí entra o homem e sua relação com os seus pares e com a natureza, em toda sua complexidade. Isso mesmo! Meio ambiente não é somente as árvores da Amazônia, os peixes do São Francisco ou a água da cachoeira dos Pinto. Nós fazemos parte do meio ambiente, nossas ações e comportamentos refletem diretamente no sistema em que estamos inseridos.
Outro conceito associado é o de responsabilidade socioambiental, que é uma postura individual ou coletiva (de uma empresa, governo ou associação, por exemplo) na qual se adotam práticas em benefício da sociedade e do meio ambiente, melhorando a qualidade de vida das pessoas. Nessa perspectiva, alguns afirmam que é só a partir de práticas socialmente responsáveis que conseguiremos uma sociedade mais sustentável, ou seja, que a humanidade pratique menos danos ao meio ambiente e que seja socialmente mais igualitária.
E depois de tanta teoria, vamos pensar um pouco no que podemos fazer para melhorar o mundo que nos cerca. Como somos responsáveis pela comunidade e pelo ambiente em que vivemos, precisamos cuidar deles. Para isso, doe um pouco do seu tempo em prol de uma causa coletiva e altruísta. Veja o que você conhece e em quais condições pode fazer. Participe de movimentos de bairros, ONGs, associações esportivas, eventos culturais, grupos religiosos ou da terceira idade, faça visitas, plante árvores, não jogue lixo nas ruas, sorria e agradeça pela sua vida todos os dias. Ah, se você não tem tido muito tempo, ajude financeiramente. Muitas famílias estão necessitadas e, principalmente, instituições filantrópicas, tais como casas de apoio, creches, lar de idosos, APAE. Esse é, sem dúvida, o caminho para uma vida sustentável. É sempre bom lembrar que cada um tem seu tempo. Quem nunca precisou ou precisará de ajuda em algum momento da vida?
Enfim, nas palavras de Rafael Azzi: “Dessa forma, pode-se afirmar que o desafio do nosso tempo é desnaturalizar o egoísmo social que foi imposto e recuperar nossa empatia natural, não apenas em relação aos grupos de pertencimento, mas sobretudo ampliada em relação a toda nossa espécie”.