Sempre vejo com muita preocupação e sofrimento o tanto que existe de animais abandonados vagando pelas ruas ou nos abrigos em todo o Brasil. Muitas pessoas deixam caixas cheias de filhotes e mesmo animais adultos largados nas ruas, estradas, lotes vagos e até em frente a clínicas e hospitais veterinários, provavelmente por não quererem gastar com alimentação e tratamentos desses bichos, o que é uma grande irresponsabilidade, pois ao comprar ou pegar um bichinho para ter como animal de estimação deve-se pensar antes nas responsabilidades desse ato.
Aqui em Resende Costa a situação também é preocupante. Muitos animais que estão morando nas ruas foram abandonados por pessoas daqui ou de cidades vizinhas por diversos motivos, como falta de amor, paciência e tempo dos donos, falta de dinheiro, algum momento de mau comportamento dos animais ou até pelo fato de terem crescido e não serem mais “fofos”, como se fossem um objeto descartável. Como se não bastasse sofrerem com o abandono, acabam sendo vítimas de maus tratos de todos os tipos: atropelamentos, frio, fome e doenças, tudo isto porque não existe na cidade políticas públicas direcionadas a criar um lugar onde esses animais podem ser acolhidos e tratados, ou então, pessoas que se disponham a adotá-los de forma planejada e responsável.
Após adotar três cães abandonados, um cavalo vítima de maus tratos e dois bezerros recém-nascidos condenados à morte, eu percebo o quanto é prazeroso descobrir pessoas que fizeram o mesmo e ouvir delas o tanto que essas adoções mudaram suas vidas e a dos animais, proporcionando para ambas as partes felicidade, companheirismo, fidelidade e amor incondicional.
As ONGS e entidades protetoras de animais em todo o país fazem amplas campanhas estimulando a adoção de animais, mas sempre recomendando que as pessoas interessadas pensem bem antes de tomar essa decisão, pois um animal de estimação é como um filho, implicando em responsabilidades, gastos, predisposição, amor e vontade.
Adoção ou compra sem planejamento resultam em abandono, principalmente em finais de ano quando é muito comum famílias presentearem crianças com animais sem antes pesquisar sobre o animal que se pretende adotar, saber um pouco sobre seus hábitos, temperamento, adaptabilidade com outros animais, tamanho, tempo de vida, se as crianças vão se adaptar àquele bichinho, disponibilidade de tempo do dono, paciência, se há espaço suficiente, se todos na casa estão de acordo com a adoção e se estão dispostos a terem gastos, preocupações e trabalho com o animal, afinal de contas estamos tratando de vidas. Todos esses fatores têm de ser levados em consideração antes de adotar ou comprar um animal.
Os animais adotados demonstram uma imensa gratidão pelos seus adotantes e costumam ser muito educados e carinhosos, pois já passaram por inúmeras necessidades nas ruas. Dificilmente vemos um vira-lata bravo ou com problemas de agressividade se eles forem tratados com carinho e disciplina, o que torna a convivência com eles ainda mais prazerosa.
Portanto, a adoção de um animal muda a vida dele para sempre e traz mudanças importantes na vida de seu novo dono, transformando-a em uma aventura gostosa e cheia de alegrias. Basta querer assumir esse desafio com responsabilidade.
Não importa se o pelo é preto, branco ou marrom, se é de porte pequeno ou grande, se a orelha é caída ou em pé; seu animalzinho vai sempre abanar o rabo quando você chegar em casa, depois de um dia extenuante de trabalho, e recebe-lo com amor, carinho e afagos. Na hora lembre-se que você está não só fazendo a felicidade dele, mas também a sua, proporcionando para ambos momentos de relaxamento, amizade e de pura diversão.
Declaração Universal dos Direitos dos Animais
Artigo 6º-
- Todo o animal que o homem escolheu para seu companheiro tem direito a uma duração de vida conforme a sua longevidade natural.
2- O abandono de um animal é um ato cruel e degradante.