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Campanha da Fraternidade

16 de Marco de 2022, por João Bosco Teixeira

CAMPANHA DA FRATERNIDADE, novamente com o tema da educação, essa realidade quase abandonada, por muitos gestores, nesses dois anos de pandemia.

O texto-base da Campanha é rico. Texto apenas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, sem a participação de outras igrejas cristãs. A hierarquia eclesiástica católica não suportou a tentativa ecumênica de uma campanha que falasse a todas as pessoas de boa vontade. O texto é amplo, mais que o necessário para cativar as pessoas a se engajarem numa ação comum. Mais simples ele fora, maior alcance obteria junto àqueles católicos dispostos a se empenharem numa tarefa comum. É tarefa, pois é campanha.

O tema é claro e cativante: “Fraternidade e educação”. Já o lema, nem é claro, nem cativante. Não é claro ao dizer: “Fala com sabedoria”. Ora, sabedoria é o auge da maturidade em qualquer atividade humana. Se para falar for preciso sabedoria, confesso que eu seria mudo. Ainda bem que o Hino da Campanha traz um consolo: Quem fala com sabedoria é aquele que ensina com amor. Levados pelo amor, talvez muitos sejam capazes de sabedoria.

Ensina com amor. Essa formulação não é boa. Basta considerar que o texto-base fala o tempo todo de educação, não de ensino. E com razão. O ensino é atividade restrita a pouca gente. A educação é tarefa própria, inalienável, da família, da escola e da sociedade. Acho que a busca do lema não foi feliz para falar do tema.

Fraternidade e educação, a questão aqui é outra, muito rica, e dá margem a tanta consideração. Já na Oração da Campanha, suplica-se por uma educação integral, fraterna e solidária, realizada com amor, com uma pedagogia do diálogo, da solidariedade e da paz. O texto-base sugere muitas atividades possíveis, umas setenta atividades, segundo os variados níveis da atividade educacional. A meu ver, entretanto, tais sugestões não se dirigem ao cristão comum, àquele que está todo domingo presente nas igrejas, àquele que leva uma vida simples, seguindo os passos de Jesus. São sugestões, na sua maioria, voltadas para os gestores da educação.

Pode-se, pois, perguntar: o cidadão comum... como pode viver a fraternidade e educação? Para mim, a resposta está no próprio cartaz da Campanha, na própria imagem central da Campanha: Jesus que dispensa a pecadora, dado que ninguém a condenou. Isto é, todos temos oportunidade de humanizar nossas relações. Relação é o que educa. E fraternidade é o que nos faz humanos. Portanto, quem pensar em se empenhar na campanha, pode se realizar nela lutando por um processo educativo humanizador: misericordioso, solidário, acolhedor, sem julgamento. Na família, na escola, na sociedade.

Além do mais, eis o que diz o número 276 do texto-base da Campanha: O lar é chamado a viver e a cultivar o amor recíproco e a verdade, o respeito e a justiça, a lealdade e a colaboração, o serviço e a disponibilidade para com o próximo, especialmente com os mais frágeis.

Na acolhida a tal sugestão, cada um de nós poderá realizar o ideal da CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 2022.

 

(NOTA – “Escolas não devem servir apenas de abrigo depois das tragédias. Elas devem servir para evitar tragédia” Cristóvão Buarque)

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