É NATAL outra vez. Na minha vida, são oito dezenas de vezes comemorando essa data memorável. Não me canso, pois dia a dia vou emprestando novos significados a esse acontecimento. Cada ano encontro novos motivos para me deixar encantar com ele. E, sobretudo, para louvar e agradecer.
O NATAL é de Jesus.
“Hoje é Natal, presentes preparar, árvore e presépio de luzes ornar. Que os homens não se esqueçam que o Cristo é quem traz: árvore, presépio, presente que é PAZ”!
Eis tudo: PAZ, que é presente; PAZ que é árvore de vida; PAZ que são luzes para tudo iluminar. PAZ, sobretudo, PRESÉPIO. Presépio que realiza a radicalidade da humanidade de Jesus. No PRESÉPIO se faz pobre como qualquer pobre, rico de toda a humanidade possível, porque destituída de poder, honra e glória. No PRESÉPIO, além de tudo, a origem fatal de toda a nossa esperança, pois não há manifestação divina que não se expresse mediante a carne. E no Presépio, Jesus se fez carne. Na humanidade de Jesus, e do homem, é que Deus se torna visível. E aí, qualquer um de “boa vontade” pode se ver, pode se encontrar, pois tem com quê se identificar. Pode mesmo se divinizar.
Nisso o meu encanto encantado, o meu entusiasmo com a figura maior da humanidade. Em Jesus qualquer outro templo ou santuário é inútil e ineficaz: é somente na sua radical humanidade que o divino se encontra. Daí, ousadamente, o bom teólogo Magi dizer: “Jesus não é como Deus, mas Deus é como Jesus”.
Que estupenda expressão! Que admirável consolo! Que entusiasmante esperança! Em Jesus, a realidade divina não é uma realidade exterior a ele; não há distância entre o Pai e o Filho, mas fusão e comunhão. E dessa verdade todos participamos. Ó admirável mistério, fruto do insondável amor criador!
Em Jesus tudo é humanidade, tudo é plenitude de humanidade. Cada gesto seu esteve a favor da restauração da vida. Restauração que se deu pela celebração da incondicional acolhida aos irmãos.
A humanidade plena de Jesus se realiza no dar a vida, no remediar o sofrimento, a enfermidade, a deficiência de qualquer tipo. Jesus captou o mistério de Deus como um mistério de bondade. Ele é o profeta da compaixão de Deus. Humaníssimo, todos quantos dele se aproximavam, e aproximam, podiam e podem tomar consciência de sua plena liberdade e dignidade: livres filhos do Pai.
É hora de se viver a “aldeia global”, “a casa comum de todos os humanos”.
Natal é um abraço de Deus à humanidade que tem, na história, um nome: JESUS, a encarnação da HUMANIZAÇÃO DE DEUS.