Pessoas homenageadas com nomes de rua, em Resende Costa, são muitas. Algumas nascidas na cidade, outras não. Mas qual o motivo de dar nome de não resende-costenses a logradouros? A causa é simples. O povo, naturalmente, elege como importantes aqueles que se destacaram como políticos, principalmente. Juscelino Kubitschek de Oliveira, ex-presidente, e Gabriel de Rezende Passos, ex-ministro de Minas e Energia, ambos mineiros, têm seus nomes cravados em uma rua e em uma avenida no município. Bastou o reconhecimento pelo trabalho que fizeram para receberem essa reverência conferida pelo povo. Pelo que sei, nenhum deles esteve em nossa cidade. Getúlio Vargas, ex-presidente do Brasil, sem nunca ter vindo aqui, também pôde ser exaltado com nome de uma avenida. No entanto, como dito na coluna do mês passado, foi excluído para dar lugar ao nome do Monsenhor Nelson. O estimado sacerdote, apesar de ter passado maior parte de sua vida aqui, entre nós, era natural de Emboabas, distrito de São João del-Rei.
Há, também, outras pessoas que não nasceram aqui nem se sobressaíram como políticos, artistas, professores ou grandes empresários. É o caso de Pérsio Babo de Resende. Ele tem nome de rua aqui em Resende Costa e, também, no bairro Ouro Preto, na capital mineira. Aqui em nossa cidade, ela é paralela à Praça Mendes de Resende. Essa é uma rua que passou a existir desde quando parte da Praça Mendes de Resende foi cedida para a instalação da sede da Telecomunicações de Minas Gerais S/A (Telemig), fundada em 1953 e extinta em 1998. Trata-se de uma rua pequenina, que nasce onde residiu a família do senhor Aquim Coelho de Resende – um dos muitos alfaiates da cidade – e se encerra onde há uma academia de ginástica. Nela há um conjunto de cinco imóveis, três deles destinados a atividades comerciais.
Mas quem foi Pérsio Babo de Resende? Pouca gente sabe, porém há os que vão se lembrar muito dele. Foi um jovem simpático e muito bonito, natural de Belo Horizonte, que frequentava muito nossa cidade. Apesar de sua mãe, Leda Babo de Resende, ser natural de Patos de Minas, seu pai, Geraldo Majela de Resende (chamado por todos de Dr. Geraldo), nasceu aqui na Fazenda do Pinhão e sempre se apresentou como uma pessoa apaixonada por Resende Costa. Isso o fez vir para cá com frequência para passear e visitar familiares, trazendo consigo a esposa e os filhos Marco Túlio, Pérsio, Flavio e Leda Maria. Pérsio, segundo filho do casal, nasceu em 11 de novembro de 1955. Aluno do Colégio Santo Agostinho, na capital mineira, cursava o terceiro ano do científico e se preparava para prestar o vestibular, com o objetivo de fazer o curso de Odontologia, quando, prematuramente, veio a falecer no dia 3 de março de 1973, com a idade de 17 anos.
Seus irmãos se lembram dele como um jovem extremamente sensível e carinhoso. Era uma pessoa linda, amava a vida, a família e os amigos. Sempre foi amado por todos, sem se esforçar para isso. Pérsio tocava violão, escrevia poesias e amava o Cruzeiro, seu time do coração. Seu lindo sorriso era contagiante. Dono de um coração gigante, era uma pessoa única e que representou uma geração; sem vícios, generoso, e espalhou doçura e amizade entre todos que conviveram com ele. Regina Azevedo, sua prima, nos disse que Pérsio deixou muita saudade ao ponto de ainda hoje, passados 52 anos de sua morte, muito se falar dele entre amigos e familiares. Desde então, uma pequena rua localizada a poucos metros da casa de seus avós recebeu o nome de Pérsio Babo de Resende.