Quem é o melhor? Messi, Neymar ou Cristiano Ronaldo? Já escutei essa pergunta, que sempre vira debate, dentro da sala de aula, na espera do consultório médico, na mesa de bar, no churrasco da família, na redação de jornalismo... e, mais recentemente, entre os pintores que prestavam um serviço na minha casa. A diferença é que, dessa vez, a discussão se restringia a dois nomes: Messi e Cristiano Ronaldo.
O debate reacendeu após Cristiano levantar mais uma taça por Portugal. Aos 40 anos, músculos definidos como sempre, postura de estátua grega e aquele olhar de quem sabe que nasceu para vencer. Uma taça que talvez nem entre na contagem oficial dos fãs mais fervorosos, mas que serve como argumento eterno: “Olha aí! Até com 40 ele entrega!”. O português, que já foi chamado de arrogante, máquina, robô, hoje parece mais humano e, ainda assim, inalcançável.
Do outro lado da moeda está Lionel Messi. O garoto tímido que fez do silêncio sua assinatura e da bola sua linguagem. O que faltava, ele já tem: uma Copa do Mundo na conta e a consagração definitiva como gênio. Para muitos, já era o maior. Para outros, virou depois do Catar. Para os mais teimosos, ainda não é, mas duvido que digam isso olhando nos olhos dele ou depois de ver aquele passe de calcanhar, fora do script.
E então tem Neymar.
O mesmo Neymar que encantou no Santos prometeu dominar o mundo, driblou com sorriso no rosto e com raiva nos olhos. O mesmo que voltou para casa, ou quase, porque ainda não entrou em campo. Está no Santos, mas não joga. Está presente, mas distante. Corpo lesionado, alma em dúvida. Outro dia ouvi da comentarista Ana Thaís Matos o seguinte: “Ficam sempre esperando o Neymar hipotético jogar. E o Neymar hipotético é maravilhoso, mas ele não existe!”. Eu não tenho nada a discordar. Neymar se confunde entre histórias pessoais, atritos e aparições nas páginas de fofoca mais do que deveria.
É curioso. Enquanto um levanta taça aos 40 e o outro desfila genialidade aos 37, Neymar tenta se reencontrar antes dos 34. Parece que o tempo, para ele, corre em outra velocidade.
Mas a discussão, claro, continua: quem é o melhor?
Talvez nunca haja um consenso, e ainda bem! O futebol vive de debates, de paixões divididas, de exageros. No fim das contas, enquanto Cristiano mostra que idade é só um número, Messi prova que arte não precisa de explicação e Neymar, bem... Neymar continua vivendo do “e se”.
E aí, cada vez mais, vai ficando de fora de uma pergunta que temos a sorte de poder responder: afinal, é bom demais poder discutir quem é o melhor do mundo, sem que ninguém precise nos contar.