2024 começou com a lamentação pela partida de uma lenda do futebol brasileiro, Mário Jorge Lobo Zagallo. Aos 92 anos, Zagallo deixa um legado inigualável e uma história que ecoará pelos campos de futebol do Brasil e do mundo.
Um dos principais nomes do futebol brasileiro, Zagallo esteve presente na final da Copa do Mundo de 1950, mas trabalhando fora das 4 linhas. Ele estava em 16 de julho de 1950. Dia da primeira final de Copa disputada pelo Brasil, como soldado do exército em serviço. Zagallo viu o Brasil perder por 2 a 1 para o Uruguai. Naquela época, ele já jogava no juvenil do América, mas o garoto transformou o trauma do “Maracanaço” em motivação para um dia defender o Brasil em campo.
E, desde então, Zagallo foi muito mais do que um treinador e ex-jogador; ele era uma verdadeira referência, uma enciclopédia ambulante do futebol. Sua trajetória começou como jogador quando conquistou quatro Copas do Mundo (1958 e 1962 como jogador, 1970 como técnico e 1994 como coordenador técnico), sendo o único a ostentar esse feito. Por pouco, não foi penta: como técnico da seleção, chegou à final da Copa de 1998, mas a equipe foi derrotada pela França de Zidane.
Supersticioso como poucos, fez com que o número 13 fosse amado por muitos e odiado por outros também. “Brasil campeão tem 13 letras, e Argentina vice também”, disparou ao vencer nos pênaltis os rivais na final da Copa América de 2004. Zagallo eterno tem 13 letras!
O “Velho Lobo”, como carinhosamente era chamado, não era apenas um mestre tático, mas também um apaixonado pelo jogo. Sua voz rouca ecoava nos vestiários, motivando os jogadores a darem o melhor de si em campo. Personalidades que moldaram e influenciaram o esporte estão nos deixando, deixando um vazio difícil de preencher. Estamos perdendo não apenas ídolos, mas pedaços da história que construíram o futebol brasileiro. Zagallo representava a raça, a garra e a genialidade que fizeram do Brasil uma potência no futebol mundial.
O Brasil do futebol está, de alguma forma, se despedindo de sua própria essência e é preocupante a ausência de novos nomes por aqui. Ao Velho Lobo, nosso agradecimento eterno. Que seu exemplo continue inspirando as futuras gerações de jogadores, treinadores e amantes do futebol. Obrigada, Zagallo, por “nos fazer te engolir!”