O Jornal das Lajes reuniu perguntas enviadas por moradores de Resende Costa para o prefeito Lucas Paulo, que inicia seu mandato para o biênio 2025/2028. As questões abordam temas cruciais para o desenvolvimento da cidade e revelam os anseios da população resende-costense.
Energia elétrica
JL: Os moradores relatam frequentes quedas de energia tanto na cidade quanto nos povoados rurais. Há alguma ação planejada para melhorar a estabilidade do fornecimento de energia?
Lucas: Sobre energia elétrica, vamos lembrar que é um problema regional. Na verdade, é problema de todo o estado. O sucateamento que vem ocorrendo com a CEMIG é uma demanda inclusive da AMVER (Associação dos Municípios da Microrregião do Campo das Vertentes), na qual todos os prefeitos levantaram essa pauta. Estamos tentando fazer ações em conjunto para obtermos um retorno mais positivo. Acreditamos que conseguimos algumas melhorias, mas ainda falta muito para ser do jeito que a comunidade e a zona rural merecem. Lembrando que está sendo construída uma subestação em São Tiago que está quase pronta e deve ajudar um pouco o nosso município. Ainda não é o ideal, mas acredito que essa obra vai amenizar a situação. Agora no início do ano, teremos uma reunião com todos os prefeitos da AMVER e representantes da CEMIG para discutirmos ações mais efetivas para nossa região.
Taxa de esgoto e saneamento básico
JL: Muitos bairros da cidade ainda não possuem tratamento de esgoto, apesar de pagarem uma taxa elevada. Quais são os planos para solucionar essa desigualdade e expandir o tratamento do esgoto?
Lucas: A taxa é algo que a ARSAE-MG (Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais) impõe. Infelizmente, não há como fugir dessa situação. Isso não é culpa do município nem da Copasa, é regulamentação da ARSAE. Sobre a obra em si, temos a boa notícia: o recurso já foi garantido pelo estado, tudo está certo. Se tudo acontecer como planejado, a obra de saneamento básico será iniciada em março. Estimamos que em um ano e seis meses mais de 90% do município será contemplado com tratamento de esgoto.
Infraestrutura urbana e rural
JL: A pavimentação das ruas urbanas está entre as prioridades?
Lucas: Sobre pavimentação de ruas urbanas, avançamos muito nos últimos quatro anos, restando poucas ruas para serem finalizadas. Nossa expectativa é a de que em 2025, ou no máximo no início de 2026, 100% das ruas do município estejam pavimentadas, seja com asfalto ou bloquete.
JL: Como será tratada a questão da infraestrutura das vias rurais, tão importantes para os moradores e produtores do município?
Lucas: Temos boas notícias. Estamos com um programa para continuar o calçamento com pedras nos morros. Já conseguimos alguns recursos e estamos aguardando a chegada para focar nos pontos estratégicos. Continuaremos firmes com o programa Recupera Estradas, com o máximo de equipes possível para cuidar das estradas: cascalhamento, cortes de enxurradas, troca de mata-burros e pontes. Temos a intenção de criar uma equipe para cuidar das estradas vicinais. Estamos aguardando os relatórios fiscais para viabilizarmos a contratação. Tudo dando certo, teremos isso implementado em 2025.
JL: Quais são as obras de infraestrutura previstas para a cidade ao longo do mandato?
Lucas: Temos muitas obras previstas, mas vou destacar as principais. Queremos revitalizar o trevo, que é a entrada e o portal da cidade. Também faremos uma obra na Rua Doutor Gervásio, com drenagem, troca de bloquetes e asfaltamento. Temos duas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) importantes sendo entregues: uma próxima à rodoviária e outra no bairro Tijuco. No Tijuco, também faremos uma pista de caminhada com ciclismo e recapeamento total. Outro desejo é dar continuidade ao asfaltamento até Coronel Xavier Chaves e realizar melhorias no Horto Florestal para que o espaço seja mais utilizado pela população.
Segurança pública
JL: Os moradores demonstram preocupação com a segurança noturna. Há estratégias para melhorar a segurança na cidade e na zona rural?
Lucas: Acreditamos que já houve uma melhora. Uma estratégia foi o videomonitoramento em toda a cidade, o que trouxe mais segurança e conforto à população. Vamos continuar com essa ação e buscar um maior efetivo policial para retornar com a Patrulha Rural, muito importante para o produtor rural. Conseguimos reduzir bastante o roubo de gado e vamos manter essa parceria com a Polícia Militar. Também teremos agentes de trânsito para aliviar a carga da PM no trânsito, permitindo foco em outras ações.
JL: Quais ações estão sendo planejadas para combater o roubo de gado e o uso de drogas na zona rural?
Lucas: Sobre roubo de gado, temos uma diminuição significativa e a Patrulha Rural continuará ajudando nesse sentido. Em relação ao uso de drogas, atuamos com palestras em parceria com a Polícia Militar, apesar da dificuldade de deslocamento e de efetivo na zona rural. Seguiremos trabalhando nesse caminho.
Saúde
JL: A saúde é sempre uma demanda prioritária. Quais melhorias na estrutura e no atendimento estão previstas para o município?
Lucas: Temos planos para 2025 e 2026, incluindo a construção de uma nova sala de vacina na Secretaria de Saúde e reformas em todos os PSFs, além da construção de duas UBSs. Também queremos injetar recursos no CISVER (Consórcio Intermunicipal de Saúde das Vertentes) e no Hospital Nossa Senhora do Rosário para avançar em cirurgias eletivas, consultas e exames. Agora somos plenos, o que tem nos ajudado a captar mais recursos.
Educação e suporte psicossocial
JL: Há planos para ampliar o acompanhamento psicológico e social aos estudantes?
Lucas: Reconhecemos a crescente demanda e criamos uma equipe disciplinar para atender as escolas. Precisamos avançar, mas isso depende da questão fiscal. Ainda assim, estamos confiantes de que conseguiremos ampliar a equipe de psicólogos para atender os diversos setores da Educação. Porém, é difícil falar em quantidade hoje porque, ao criarmos cargos na prefeitura, precisamos levar em conta a questão fiscal. O cenário atual é positivo e acredito que conseguiremos avançar com a criação de mais equipes, especialmente psicólogos, para atender nas escolas, na assistência social e na saúde. No entanto, não podemos prometer prazos ou números exatos porque contratações de pessoal sempre dependem da situação fiscal.
Emprego e formação para jovens
JL: Muitos jovens buscam oportunidades de trabalho e capacitação. O que será feito para incentivar a criação de vagas de jovem aprendiz e para oferecer suporte ao primeiro emprego?
Lucas: Essa é uma pauta importante e desafiadora. Sabemos que o município é um grande formador de jovens, mas a maioria acaba saindo da cidade em busca de oportunidades de empregos. Estamos tentando desenvolver estratégias para que esses jovens fiquem e consigam o primeiro emprego aqui. No entanto, enfrentamos a dificuldade de não termos grandes empresas locais. É uma luta constante e exige planejamento diário. Estamos buscando parcerias, como com o SICOOB, para capacitar os jovens e criar alternativas que os mantenham na cidade. Mas, repito, não é fácil, porque, embora formemos muitos jovens todos os anos, ainda carecemos de grandes empresas para absorvê-los profissionalmente. Continuamos empenhados em encontrar soluções e fortalecer o mercado local.
Assistência social
JL: A assistência social é um ponto de preocupação para muitas famílias. Existem novos projetos para atender às necessidades da população socialmente mais vulnerável?
Lucas: Com certeza, a assistência social é uma prioridade. Temos trabalhado bastante, principalmente com programas já em andamento, como oficinas e projetos voltados à defesa da mulher. Também estamos elaborando novos programas, entretanto preferimos não divulgar detalhes agora, pois estamos captando recursos para a execução deles. Podem ter certeza de que estamos desenvolvendo iniciativas positivas para atender à população mais vulnerável, seja na área de moradia, assistência social ou alimentação. Estamos comprometidos em avançar cada vez mais nessa questão.
Escolha do secretariado
JL: Como foi feita a escolha do atual secretariado? Quem são os secretários municipais?
Lucas: Mantivemos todos os secretários porque acreditamos que, se tivemos uma aprovação em massa, estamos no caminho certo. Conversamos com cada secretário para que entendam as falhas apontadas pela população. Coletamos essas informações indo de casa em casa e os secretários sabem que precisam melhorar onde houver necessidade. Eles têm um prazo para se adaptar e entregar um serviço ainda melhor para a sociedade. Se isso não ocorrer, faremos substituições. Não há acordos políticos com ninguém, então mudanças podem acontecer a qualquer momento. Acredito que nosso secretariado fez um grande trabalho e isso é refletido na aprovação que recebemos da população.