Imóveis urbanos voltam à dianteira nos negócios do setor


Economia

José Venâncio de Resende0

Fazenda localizada na Boa Vista (aproximadamente 23 km da cidade) vendida para Sebastião Resende Vieira

Os negócios com imóveis urbanos e rurais trocaram de posição nos dois últimos anos em Resende Costa. Enquanto o mercado rural estava superaquecido em 2022, em decorrência da pandemia e do mercado agrícola, no ano passado foi a vez de o mercado de imóveis urbanos ganhar preponderância, de acordo com os corretores André Luis Maia Lara e Francielle da Silva Santana, da Aurélio Suenes Imóveis.

No início de 2023, ainda houve mais vendas de imóveis rurais, mas ao longo do ano elas foram ultrapassadas pelos negócios com imóveis urbanos. E, no caso dos imóveis construídos, as vendas financiadas foram prejudicadas pelas altas taxas de juros. Apesar disso, o mercado mostrou-se resiliente, melhorando mesmo nos meses de novembro e dezembro, com a queda nos juros do programa Minha Casa Minha Vida.

No ano passado, a Aurélio Imóveis vendeu cerca de 45 imóveis (urbanos e rurais), em comparação com 30 unidades negociadas em 2022. Pouco menos de 80 por cento das vendas foram efetivadas em Resende Costa (22% nas cidades vizinhas).

 

Artesanato

Em Resende Costa, é tradição as pessoas comprarem imóveis, principalmente terrenos para construir, com recursos próprios, embora tenha aumentado a procura por financiamento de imóveis construídos. Ainda assim, atualmente a oferta é muito maior do que a demanda, de acordo com André e Francielle.

De qualquer forma, a procura por imóveis, em geral, é crescente em todas as regiões de Resende Costa, embora a área urbana da entrada da cidade (até o trevo do bairro Palmares) seja uma das regiões que mais despertam interesse, observam os corretores. Mas na região do artesanato, verifica-se certa diferenciação entre imóveis residenciais e comerciais. O mercado comercial cresce mais, embora se perceba aumento nos negócios do segmento residencial.

André e Francielle observam, assim, que os efeitos da economia em torno do artesanato impactam, direta e indiretamente, os negócios de imóveis na cidade, sejam residenciais ou comerciais. Sendo que, na região comercial, o artesanato atrai mais os compradores de imóveis tanto para residências quanto para lojas e outras finalidades. 

Fatores como qualidade de vida, hospitalidade e, principalmente, segurança deixam encantadas as pessoas que visitam a cidade com interesse em morar em Resende Costa, como atestam os dois corretores. São atrativos que pesam no momento de fechar um contrato de compra de um imóvel para moradia. 

Os corretores da Aurélio Imóveis estão otimistas com as perspectivas para 2024. “O artesanato está ficando cada vez mais reconhecido; com isso, esperamos que o mercado imobiliário acompanhe essa tendência”.

 

Aluguéis

Em 2023, o mercado resende-costense de locação de imóveis foi “deficitário”, segundo a corretora Maria Adriana Resende Maia Moreira, até há pouco tempo associada da Remax Barroca (franquia de São João del-Rei). A procura foi maior do que a oferta, “e isso se deve ao grande número de pessoas que migram das grandes cidades”.

No ano passado, o segmento de aluguel já caminhou para a normalização, de acordo com Maria Adriana. “Mas as pessoas ainda estão com algum receio, evitando ambientes com aglomerações, preferindo o trabalho em home office etc.”

A maior procura é por imóveis na região central da cidade, relata a corretora. E a preferência tem sido por residenciais, pequenos e médios. Apesar da demanda maior do que a oferta, os preços estão estáveis.

Em 2023, Maria Adriana alugou cerca de 20 imóveis em Resende Costa e entre 20 e 25 em São João del-Rei. “Com certeza, em 2023 eu aluguei bem mais do que em 2022, ainda mais porque as pessoas começaram a me conhecer e a acreditar no meu trabalho. Como Resende Costa é uma cidade pequena, as pessoas ainda têm receio de deixar os imóveis nas imobiliárias, por acharem que estão perdendo dinheiro.”

Maria Adriana – que está montando a própria imobiliária – mostra-se otimista em relação a 2024, “pois está havendo mais procura do que imóvel”, embora ela acredite que não será muito diferente do ano passado.

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