A empresa Rogério Fernandes Movéis em Madeira surgiu em 1989 com o pai Abel Fernandes. Apenas em 2011, seu filho Rogério Geraldo Fernandes assumiu a empresa, mas foi a partir de 2014 que ele decidiu concentrar seus esforços em móveis para igrejas e capelas.
Trata-se de peças, como altar, forro, assoalho, bancos, cadeiras para celebrantes, cátedra (cadeira principal), púlpito, andores, oratórios e entalhes para retábulo (estrutura atrás ou acima do altar onde ficam imagens ou painéis). A lista é variada e o trabalho vai do mais simples ao mais complexo. Enquanto, por exemplo, um retábulo leva cinco meses, uma cátedra é feita em apenas 10 dias. Há serviços que parecem complexos e difíceis, como forros (questões de ângulos, altura, quantidade de madeiramento, dificuldade de acesso a uma capela rural etc.). “São verdadeiros desafios”, admite Rogério.
Rogério atende principalmente cidades da Diocese de São João del-Rei, mas recebe demanda de outras regiões ou estados, como a Diocese de Oliveira (cerca de 100km), norte do Estado do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Recentemente, ele entregou um púlpito para a matriz de Ritápolis. No final de 2024, por exemplo, recebeu encomenda da Catedral de Bragança (Pará) de entalhes, cadeiras, cátedras, armários para sacristia e genuflexórios.
Arquiteto ou comissão
Há diocese ou igreja que têm um arquiteto próprio e costumam enviar o projeto pronto. Outras dioceses têm uma comissão para avaliar os projetos feitos nas paróquias, principalmente quando é um serviço de maior relevância, como um retábulo.
Em geral, o próprio Rogério é autor do projeto (desenho) à mão (com caneta) para cada peça que produz, na proporção de 1 x 10 (o tamanho real é dez vezes maior). Este projeto é submetido à aprovação do cliente.
Rogério já contabiliza a produção de cerca de 30 retábulos completos, cada um diferente do outro em estilo, medidas etc. “Se eu faço serviço para uma igreja, outro padre fica sabendo e me procura. Sempre me acham por indicação de alguém e, geralmente, via Whatsapp.”
Capelas particulares
Uma demanda crescente, nos últimos anos, é a construção de capelas particulares em fazendas, uma tradição que está de volta, conta Rogério. “As mais glamourosas estão no interior do estado de São Paulo, mas já fiz uma capela no Espírito Santo.” Entre o final de 2023 e agora, Rogério já entregou seis capelas particulares nos municípios de Valinhos, Ubatuba, Porto Feliz e Itu, em São Paulo; Vila Velha e Santa Teresa, no Espírito Santo.
Basicamente, uma capela particular é equipada com altar, retábulo, mobiliário litúrgico e bancos. Os tamanhos das capelas são variados e elas levam em média cinco a seis meses para serem concluídas.
A matéria-prima utilizada tanto nas igrejas quanto nas capelinhas é o cedro importado dos estados da Bahia e do Mato Grosso. Quanto à mão de obra, a empresa de Rogério mantém uma equipe de cinco profissionais, que são especialistas no ramo. “O mais novo do grupo sou eu.”