São João del-Rei: o que esperar das obras de restauro da Catedral de N. S. do Pilar?


Cultura

José Venâncio de Resende0

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A Catedral Basílica Nossa Senhora do Pilar, no centro de São João del-Rei, está irreconhecível. Na tarde do dia 30 de dezembro, eu e algumas dezenas de turistas nos deparamos com a igreja cercada por um tapume de lata, e que só não estava totalmente sem vida porque vinha do ar o som do bimbalhar do sino, em comunicação simultânea com o sino do Rosário.

Para nós que estávamos de fora, o interior da catedral era um verdadeiro mistério, apenas revelado em parte por placas fixadas na parte da frente do tapume. Numa delas, de fundo verde, podia ler-se “Execução de obras de restauração arquitetônica (incluindo instalações complementares) e dos elementos artísticos integrados da Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar”. Informações ainda sobre o custo da obra (R$ 8,593.915,17), o nome do órgão responsável (IPHAN/MG), empresa participante (Pena Cal Construtora), previsão de início ((04/11/2024) e de término (20/09/2026). Mais abaixo, os logos dos órgãos federais envolvidos, entre eles o “Novo PAC desenvolvimento e sustentabilidade”.

Em outra placa, o aviso “Caros visitantes e turistas, a Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar está fechada para restauração”. E por fim informações da empresa Pena Cal Construtora, empresa baiana com sede em Salvador, e dos responsáveis técnicos da obra e de consultoria-restauro.

Uma comissão para o acompanhamento das obras de restauro da catedral foi criada, em 23 de outubro de 2024, pelo bispo diocesano D. José Eudes Campos do Nascimento. A comissão é constituída pelo Monsenhor Geraldo Magela da Silva, vigário geral da Diocese e pároco da Catedral; pelo padre Rutiero Ruan de Carvalho, arquiteto; pelo restaurador e pintor Carlos Magno de Araújo; e pelo engenheiro Alfredo Carlos Guimarães. O decreto destaca a igreja-mãe da Diocese como “importante templo religioso de nossa cidade (…) de notável e preciosa execução artística de seus elementos, harmônicos nos seus estilos barroco e rococó”.

Algumas perguntas são pertinentes enquanto as obras estão na fase inicial. É possível concluir esta obra em 18 meses e, se isto não acontecer, os responsáveis vão pedir aditamento de contrato, o que elevaria o custo final para além do valor máximo estimado na licitação? Artistas e especialistas da cidade foram ouvidos na elaboração do projeto? Quem tem acesso ao projeto original? A comissão de acompanhamento terá papel fiscalizador?

A foto foi tirada por mim pouco antes do vendaval que derrubou parte do tapume que cerca a igreja.

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