Na sexta reportagem da nossa série especial “Negócios que Contam Histórias”, conversamos com o proprietário da WKY Distribuidora, Weksley Resende Maia. A empresa que começou há 15 anos com o objetivo de preencher uma lacuna no mercado de embalagens tornou-se um dos principais nomes em seu segmento na região.
A ideia de criar a WKY surgiu quando Weksley, então funcionário responsável por compras em outra empresa, percebeu a dificuldade de encontrar fornecedores de embalagens. “Naquele momento, o meu pensamento foi que, se o mercado, tão disputado como é, tem essa falha de fornecimento, talvez o que estava faltando fosse uma empresa nesse segmento”, explica o empresário. Foi assim que ele decidiu apostar nesse nicho de mercado, começando de maneira bastante simples: “Inicialmente, eu comecei a trabalhar com embalagens, eu mesmo vendia, eu mesmo entregava. Comecei aqui em Resende Costa e depois imaginei que poderia expandir para as cidades vizinhas”.
No primeiro momento, Weksley fazia tudo sozinho: vendia, comprava, entregava, cuidava da parte fiscal e ainda encontrava tempo para planejar o crescimento da empresa. “Dentro de um ano da fundação, resolvemos abrir uma loja física, acreditando que enquanto eu estivesse fora, poderia haver mercado, pessoas querendo comprar, mas que eu não conseguiria atender”, conta. Foi nesse momento que a WKY começou a diversificar seus produtos, incluindo bebidas, que hoje representam uma parte significativa do faturamento da empresa.
Os desafios
Weksley conta que o maior obstáculo foi a falta de capital: “Eu não tinha nenhum tipo de capital para começar o negócio. Sentia que estava preparado porque já tinha uma bagagem comercial, porém não tinha dinheiro para isso. O desafio de entrar no mercado sem capital de giro foi enorme”. No entanto, a experiência acumulada em quase uma década trabalhando no comércio ajudou Weksley a superar essas barreiras iniciais.
Com o passar dos anos, a WKY foi evoluindo. “Nós construímos galpões, introduzimos porta-paletes para facilitar o manejo de estoque, adquirimos empilhadeiras, implementamos um sistema de força de vendas em que o vendedor vende e transmite os pedidos diretamente para a empresa”, detalha Weksley. Essas mudanças foram fundamentais para tornar o negócio mais ágil, eficaz e organizado.
Empresa fábrica o próprio plástico bolha
Hoje, a WKY se destaca como uma empresa essencialmente voltada para embalagens, embora o mercado de bebidas também tenha uma participação significativa no faturamento. “Nós fabricamos nosso próprio plástico bolha em uma pequena indústria. Somos uma empresa de embalagens, mas o mercado de bebidas é muito forte, e temos algumas distribuições exclusivas na região”, afirma Weksley.
Um momento decisivo para o crescimento da WKY foi a percepção de que era necessário expandir os rumos da empresa para além do mercado de Resende Costa. “Entendi que, para evoluir, não poderia ficar apenas em Resende Costa. Eu precisava abrir muito mais mercado, ter muito mais clientes”, explica. Essa expansão foi possível graças a parcerias e contratações de vendedores que introduziram a WKY em novas cidades.
Sobre o futuro, Weksley acredita que o crescimento deve continuar, porém de forma focada. Nossa proposta de crescimento passa principalmente por fortalecer a área que já atendemos, buscando uma participação maior no mercado. Não temos muitos projetos para expandir para novas cidades, e sim para trabalhar melhor a área que já atendemos”, destaca.
A tecnologia também teve um papel crucial na evolução da WKY. “Quando começamos, os pedidos eram todos manuais. Registrávamos os pedidos por telefone. Hoje tudo é tão rápido. A pessoa digita o pedido, chega aqui e já sai até a nota fiscal. A tecnologia evoluiu muito e fez com que os processos sejam mais acelerados e com mais qualidade”, observa Weksley.
Empreender
Durante esses 15 anos, foram muitas as lições aprendidas. “Eu sempre acreditei que tudo que você pega para fazer deve ser bem feito, seja como funcionário, seja como gestor. Desde o início, eu me dediquei muito à empresa e aprendi bastante nesse período. Aprendi a negociar, vender, relacionar-me com fornecedores e clientes, ganhar espaço e respeito”, reflete Weksley. Ele também reconhece que os erros fazem parte do processo: “Se você errar, você paga. Se comprar um produto e não vender, você perde. Se o produto se deteriorar, você tem prejuízo. Aprendi muito apanhando, mas foi assim que evoluímos”.
Para Weksley, que é formado em matemática, empreender é um caminho difícil, no entanto traz recompensas. “Empreender significa transformar, e essa transformação exige muito trabalho, sem medo ou preguiça. Dar conselhos a quem está pensando em aprender é a parte de que eu mais gosto. Eu acho que ninguém deve apostar suas fichas somente em um curso superior, por exemplo. O empreendedorismo não é para todo mundo. Nem todo mundo tem o caráter empreendedor, nem todo mundo sabe empreender ou tem força suficiente para empreender. Porém, o que mais existe são mercados para se empreender, o que mais existem são nichos, são ideias para aprendermos. Enquanto empreendedor, quando converso com pessoas que querem empreender, a minha vontade sempre é de encorajá-las. Não é fácil, você vai perder noites de sono, tomar muitas decisões, mas vale a pena”, afirma.
Ele vê o empreendedorismo como chave para a realização de muitos sonhos e acredita que o mercado só é aberto para quem é forte, seja empreendendo, seja como profissional liberal. “O mercado só é aberto para quem é forte, em qualquer segmento. Acredito muito que o empreendedorismo é a chave, sim, para a realização de muitos sonhos, muitas vontades, muitos nichos que o mercado vai deixando”, destaca.
Comércio em Resende Costa
Resende Costa, a terra natal de Weksley, ocupa lugar especial em sua trajetória. “Eu sou amante de Resende Costa. Se pudesse escolher outro lugar para montar minha empresa, não mudaria nada, seria aqui. Acho importante valorizar o comércio local, pois é aqui que pagamos nossas contas e empregamos pessoas”, ressalta. Ele também acredita que a cidade precisa abraçar mais o comércio local: “Acho que a nossa cidade tem pessoas fortes, tem pessoas também empreendedoras, muitos empreendedores. Eu acho que a cidade sofre um pouco hoje porque a nossa população poderia valorizar mais o nosso comércio. Há algumas discussões sobre preços. Não estou dizendo para se pagar mais caro, ninguém tem que pagar mais caro por ser produto da cidade. Entretanto, a valorização deve existir”.
15 anos de empresa
Ao refletir sobre os 15 anos de trajetória da WKY, Weksley expressa um sentimento de satisfação. “A palavra que eu sempre uso é “transformação”. Olhando para trás, a satisfação é enorme por ter conseguido, sem base, mas com muita força de vontade, construir algo significativo. É um dia de cada vez, é um processo de transformação contínua. A sensação que eu tenho é a de que consegui fazer um negócio progredir. Eu não tinha base para isso, mas tinha o que eu acho que falta a muitas pessoas: vontade, força, não ter medo de trabalhar, não ter preguiça de trabalhar, não ter medo do trabalho. O trabalho não pode gerar medo nas pessoas, ele tem que gerar satisfação. Logicamente, não imaginei que alcançaria um parâmetro que temos hoje. No entanto, eu sempre quis evoluir. Inclusive, acho que nós temos que ter na cabeça é o seguinte: eu vim aqui para ser bom, eu vim aqui para ser importante, eu vim aqui para transformar! Às vezes eu sou até chato. Se há uma pessoa de quem eu sou fã, sou eu mesmo. Se tem uma pessoa a quem eu admiro, sou eu. Insisto: acredite sempre no potencial, trabalhe que as coisas vêm”, conclui o empresário, que acredita que a chave do sucesso foi a confiança em seu próprio potencial, a determinação e a crença de que sempre é possível fazer mais e melhor para que comércios continuem a construir e contar histórias.