Esta crônica foi escrita por minha filha, Helena, 12 anos.
“ arte. subst. fem. 1. capacidade humana de criação e sua utilização com vistas a certo resultado, obtido por diferentes meios.
Faça arte. Qualquer tipo de arte. Dança, cinema, música, teatro, literatura, poesia, escultura, pintura. Faça arte, ou melhor, aprecie arte. Nós não fazemos arte porque é fofo. Nós fazemos arte porque somos parte da raça humana; medicina, engenharia, matemática, física, ciência, isso são necessidades básicas para nós no dia a dia, mas arte.... Arte é o porquê e pelo o quê nós vivemos, é o que nos faz seres humanos; arte está em todo lugar, desde o ritmo do batimento de nossos corações a um filme de Greta Gerwig. Isso é arte. Arte é beleza, confusão, romance, melancolia; arte é o mais belo e puro jeito de expressar o que é o ser humano.
Aprecie a arte, sinta a arte, experencie a arte e, o mais importante, faça arte. Todos são capazes de fazer arte. Este texto que estou fazendo dentro de uma sala rodeada dos meus amigos e que guarda das mais belas às mais horríveis memórias de minha vida, é arte. Eu sinto que sou capaz de fazer da mais bela melodia como as de Maria Bethânia? Não. Eu sinto que sou capaz de fazer dos mais lindos dos autorretratos como Frida Kahlo? Não. Eu sinto que sou capaz de criar dos mais lindos e puros filmes como Greta Gerwig? Não. Porém, nem o sentimento constante da incapacidade é capaz de me parar, porque, no momento em que começo a tocar músicas na minha bateria, escrever histórias de super-heróis no meu caderno ou a pintar autorretratos, eu sei que, independentemente se é “bom” ou “ruim”, é arte e, na verdade, na arte não existe “bom” ou “ruim”; e é isso que faz da arte algo tão belo.
Então, por favor, faça arte. E caso não faça, aprecie, antes que seja tarde demais para utilizar o talento natural que todos nós temos.”
Helena Adriel Moreira Kuk